Versos Com Lama Do Caos

Da lama versifico os encalços que da vida minhas entranhas tragou, caranguejo relembrando dos gemidos com o tambor, dos atalhos, das vielas e das esquinas com o ardor;

A cidade que não para em meu peito padece, caos versificado de minha mente flui e verte, a revolução de Josué dos que com fome padecem, meu salutar bruto estímulo em se driblar o que impede;

Enquanto o mundo explode meus passos me movem, escrachando o que invade o meu peito com os acordes, das melodias que em gritos me envolvem, indagar minha cru sina, sou do mangue dos que sofrem;

Sensível combatente que com um passo já não mais está, no lugar em que se estava, para frente há de se rumar, jeito diferente de caranguejo se comportar, o maracatu atômico me ajudou neste transmutar;

Um cidadão do mundo que agora sente, mesmo distante que as sementes hão de vingar, o que está plantado no coração dessa gente, a colheita só precisa de anterior plantar, Rogêr ensine que o que se sente, que o que nos move a nos libertar, o que quebra os elos das vãs correntes é a forma de tão só se pensar;

Manguetown grito eloqüente tão ouvido, bradarei onde quer que eu me encontrar, Zé Manés com seus sonhos esquecidos não desistam do verbo acreditar, caranguejos dos mangues mal ouvidos misturados às lamas dos sem lar.



Salve eterno do mangue combatente,salve Chico Science!


 
O Poeta do Deserto (Felipe Padilha de Freitas)
Enviado por O Poeta do Deserto (Felipe Padilha de Freitas) em 11/03/2011
Reeditado em 16/09/2016
Código do texto: T2840646
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