BEM-AVENTURANÇA
Tenho por bem-aventurado
Aquele que sentiu na pele
A dor de amor amargurado
Por um anjo que lhe vele!
E sentiu as curvas sinuosas
Eflúvios de lábios faceiros,
Aquelas olhadas curiosas
Que abalam até os outeiros.
Feliz aquele que a teve,
A maciez da pele nua
Que viril não se conteve
Sob a luz daquela lua.
Que desde a criação
Foi feita para ser mulher
E companheira de Adão
Esteja onde ele estiver.
Feliz aqule que dela sentiu
A doce emanação do beijo
Que eletrizado nunca viu
Motivo maior do desejo.
Feliz aquele que se enleou
Nos seus cabelos esvoaçantes
Que por ela se embebedou,
E ficou de anélitos arquejantes.
Feliz quem amou uma mulher
O ser intrigante mistério
Que fez D´us o seu mister,
É do homem o refrigério.
(YEHORAM)