Pelé

Mil novecentos e quarenta foi o ano

Vinte três de outubro foi o dia

Em que o futebol da magia

Concebeu seu soberano.

Nas Minas um negro diamante

No berço das Três Corações

Seu brilho de chuteiras e calções

De Bauru ainda infante

Partiu para o mundo com uma camisa

Branca que dominava adversários

Podia ser como tufão ou como brisa

A Vila Formosa foi o maior cenário

De uma poesia estonteante

Dribles magníficos e desconcertantes

Pobres dos goleiros já previam

O que seus torcedores já sabiam.

Maestro da bola, tenor do pé,

Embaixador do encanto, isto é Pelé.

Gols, mil duzentos e setenta nove

De uma objetividade nobre.

As imagens da nossa seleção

Camisa dez sem comparação

De uma nação de brasileiros

Orgulhosos, e sem nação.

Com a camisa canarinho

Até em campos sem lei

O futebol sozinho

Escolheu seu Rei.

Henrique Rodrigues Soares – O que é a Verdade?