MAYARA
Autora - Regilene Rodrigues Neves




Neste dia sete de janeiro
De hum mil novecentos e oitenta e sete
Nascera Mayara Rodrigues Neves
Mais tarde Mayara Rodrigues Neves Arantes
Minha filha... Aos vinte e três anos
O amor descoberto por mim
Em meio a desafetos...

Pela primeira vez recebia
Atenção carinho
Menina tímida virgem de abraços e beijos
De infância sofrida
Juventude de carências
Cheia de inseguranças medos
Intróspectos num olhar infinito de dores na alma...

Recolhidos em anseios de vida
Sentidos em rejeições do dia a dia sorvidos...

Assim nascera meu primeiro amor
Despreparada de vida foi me envolvendo
Naquele sentimento desconhecido em m’alma...
O carinho tomou conta de mim e a ele fui me entregando
Numa necessidade pujante de afetos
Dei minha alma e meu corpo
Para nunca o perder
Queria-o sempre e para sempre meu ser.

Mas quis o destino contrariar...

Numa gravidez inesperada
Vi todos os sonhos acordados
Abruptamente mais uma vez...

Um filho,
Para alguém inocente de vida
Representava turbilhões de pensamentos
Sem preparo algum... Eu grávida!

Em meio a fortes emoções
De sentimentos sendo abertos
No livro da minha vida
Desvirginando um corpo de menina
Desflorando a mulher...

Na barriga um fruto sendo gerado
Fora tormentas e rejeições aconteciam...
Meu filho eu queria
Mesmo sem nenhum mínimo de condições
Que pudessem nos abrigar de esperança...
Mas ser mãe falou mais alto dentro do coração
E aquela barriga eu ia amando a cada dia
Não importava os caminhos se tortos sem direção...

O pai nos abandonou
O amor se quebrou dentro de mim
Sobraram os desencantos
Partículas se espalharam ao longo da gestação...

Para minha mãe severa e crente
A notícia abalou...
Sonhos... Para uma filha se quebraram...
Veio a ira em imenso rancor
Mágoas nasceram entre nós
Numa gravidez que nos separou
Por algum tempo,
Mas o amor de mãe fala mais alto
Com o tempo vira perdão no coração
E os laços se estreitam infindos...

Na vida sozinha e grávida
Eu me encontrei
Lágrimas e lágrimas eu chorei
Em convulsão de depressões de abandono
Busquei forças em Deus
Peguei minha fé e dela me sustentei
O amparo dele fora maior
E meu filho eu gerei...

Momentos intensos
Fortes emoções em nove meses...
A descoberta... Seria uma menina!

Mãe solteira guerreira eu me fiz
Fui abrindo os caminhos a ferro e fogo
Construí meu destino...

Joguei fora as lamentações
Renasci mãe mulher
Minha filha gerou e nove meses passou...

O nascimento turbulento
Solidão em noite de contração
Dores doídas no corpo e na alma
A foram buscando para o mundo
A vida vinha rompendo contrariando os desígnios...

Passam um filme de recordações...

Já sem forças para trazê-la ao mundo
Perdidas nas dores de dias e dias
De fortes sofrimentos
Busquei mais uma vez em Deus
Que ele a pegasse no seu colo de amparo
E a trouxesse para mim...
Assim ouvi seu chorinho ecoando
Naquela sala fria de hospital...

Lágrimas se entregaram em emoções
Mãe! Compreendia naquele momento o teu significar...
Mayara eu quis abraçar
Beijar minha esperança que se fundia
Em sentimentos do nascimento
No mais lindo momento da vida!

A partir desse dia
Renasci junto e uma nova mulher me tornará
Joguei fora os medos, inseguranças, depressões...
Vesti a roupa da Fé e da coragem
Nelas eu me recriei em amor
Para meu novo destino
Abrir a duras penas...

Hoje olhando o passado das lembranças...

Nós vencemos a batalha
Juntas cresceram a criança e a mulher!

Trouxeste o amparo e o alento da minha alma
Em felicidades de mãe... Minha menina...
Não te preparei para vir ao mundo
Fui inconseqüente por um amor que dele gerou,
Mas o amor sempre maior em mim
Irá nos sustentar nos desamparos da vida!

Sempre serei pai serei mãe
Por ti serei gigante
E em mil forças te ampararei
Sustentarei tuas lágrimas
Cobri-la-ei de todo amor da minha alma
Abrigar-te-ei para sempre na casa do meu coração!

Do mundo arrancarei felicidades para te dar
Com amor de mãe te pegarei no colo da ternura
Para ver brilhar teu mais lindo sorriso
Vou te ofertar um etéreo presente: Amor de mãe!

No teu aniversário
Ganhei o que é de mais caro à mulher
Ser mãe!
Abracei-me de uma fortuna
Paga somente a Deus!

Por Ele
É quem devoto minha gratidão e galardão
Por hoje estar aqui em forma de poesia
Dom entregue em confiança de versos
Para a vida declarar o Amor
Que sustenta sonhos e alimenta esperanças
E sermos um vencedor!

Este é meu presente excesso de amor por ti
De amor quero que se farte
Para construir teu caminho de felicidades e realizações
Espelhados em caráter e dignidade
Respeitando o próximo como a si mesmo
O resto serão conseqüências de escolhas felizes e infelizes,
Mas que nos preparam para a vida
Cada desafio desafia o livre-arbítrio
E dele abraçará tua liberdade!

Deixo este poema resgatado no livro da memória
Para o teu amanhã...
Uma lembrança da tua e da minha história
Saudades alegres e tristes
Terá feita de lembranças inesquecíveis de duas vidas!

Feliz aniversário minha doce e encantada menina
Ao teu nome acrescentei força
Para seres uma desbravadora da vida
Cultivei sorrisos sempre colhidos
Mesmo que em muitas vezes em dissabores
Para que pudesse nele se apegar de esperança
E nunca desistir de confiar e lutar...

Labore os teus caminhos sempre com amor
Muita fé em Deus esse é o verdadeiro pai que temos
Sabendo que nunca abandona um filho teu
Seja nas tuas imperfeições terás o perdão e a oportunidade
Mesmo na morte ainda assim ele te ressuscitará um dia
Para um novo caminho eterno de paz!

O êxito da tua felicidade é somente você quem constrói
Honras geram dissabores ao ego,
Mas humildade e sabedoria
Faz o homem perante Deus!

Não imite o homem que te inveja,
Mas o Deus que te ama!

Parabéns com amor de mãe!

Em 07 de janeiro de 2007