Profecia

O rum é abrasador, rasga e é tarde noite.

Quatro marujos já se foram enfastiados

Deste pélago que todo o tempo nos circunda

Deste céu, deste navio e mares salgados!

Meus amigos tão sonhados e ores quanto eu

Abandonaram este barco que é perdido,

Soltaram-me ao mar à sorte da noite,

Me deixaram neste breu que é só perigo!

E o Rei da Nau do mundo que é de só poesia

Dorme sem lençóis, sem musa e sem ver:

A tempestade que contempla ao longe seu ser!

É a formosura que agora se atreve a estar em chamas,

Vem vindo a ti, amigo, ao dia, em breve:

A que era e não é! Acorda e vê: é a Iriden a que amas!