SONETO PARA SÉRGIO PANDOLFO
                                      Jorge Tufic
 
           Da Ribeirinha aos cantos da conquista,
            de Camões a Pessoa e deste a nós,
             o português geofônico e a sós
             se expande além do mar e além da vista.
 
           Caravelas de luar, sol de ametista,
             nele outras línguas antes dele e após
             fazem seu néctar: músicas da voz
             sobra enfim do massacre indigenista.
 
           Delícia azul, velejo ultramarino,
             marca-lhe os sons o ferro da saudade,
             prisão do afeto náutico e salino.
 
           Para tanto sofrer, tão grande fama.
             Morre num catre o gênio dessa Idade.
             Por todo o orbe seu clarão derrama.
 
 
 

 Nota: este soneto, de rara beleza e significação, é de autoria de um dos poetas de primeira grandeza do firmamento poético nacional, Jorge Tufic, que possui uma vasta e qualificada obra perenizada em vários livros que já publicou. Amigo de verso e de verbo há já um tempo, por nímia fidalguia e distinção dedicou ao titular deste espaço a poesia acima, sabedor de nosso especial interesse por coisas ligadas à aventura colossal dos descobrimentos e da magia da língua que nos foi legada por esses homens do mar. Ao Jorge Tufic deixamos aqui registrado nosso mais comovido e reconhecido agradecimento pelo espontâneo e fidalgo gesto. Sérgio Pandolfo.
Jorge Tufic
Enviado por Sérgio Pandolfo em 12/04/2012
Reeditado em 12/04/2012
Código do texto: T3608757
Classificação de conteúdo: seguro