Madre, mama, mãe...

Estava folheando as amarelas páginas

de um imaginário caderno

a procura de algo, quando subitamente imaginas

letras, palavras foram brotando de um colorido,

em um momento terno.

...e no círculo guia que se faz a vida, mirava

o nascer e o renascer, de uma poesia viva

de semente, flor, broto, fruto que aparecia

e de uma mãe divina, natureza, que a todos acolhia

...e neste transe que a ocasião permitiu a abstração

pude transcender as relações dos tempos e espaços

fugir dos estereótipos, para uma real concentração

no simbolismo da mãe, geradora de humanos laços.

...assim passaram de forma intensa, mas fugaz

imagens, sonhos, visões de uma madre com criança que em fração de segundos se transformava em luz

como a guiar-me ao núcleo da grande espiral universal em uma dança

...recomposto do denso momento

uma sensação percorreu-me adentro a alma

de fé no ser humano, na força do sentimento

do amor materno vem o impulso vital, a nossa chama...

AjAraújo, o poeta humanista, dedicado a minha querida mãe, escrito em 12/5/2001.