A MEU PAI

A vida nos leva e nos traz tantos, e de tantos lugares...
alguns, n'alguma época, vieram lá dos Palmares,
outros, mais para trás ainda, da Itália tão distante
- talvez que venha disso a minha alma navegante...
E ainda dos caminhos das belas Minas Gerais,
e onde, em Pernambuco, terra dos canaviais?
Há sangue meu que veio e foi embalado nos ventos,
parcelas da minha história rendendo lindos momentos.
Há gente que eu vejo só uma vez, cada dez anos,
e os que já desvendaram, no além, os seus arcanos...
E são sorrisos n'alguma chegada, ou despedida
que valem-me a lágrima externada, ou escondida...
Mas destes que matizaram, assim, este caminho,
há um que - mais que todos!- carregou o meu carinho
às terras onde esteve, durante este tempo extenso,
embora, da saudade, eu não contasse o peso imenso
já que sempre soubesse que não há separação
entre um pai e a filha ligados no coração!
Estiveste presente, pai querido, em cada instante,
e para mim saber-te bem foi sempre o bom, bastante!
Mas permita-me, agora, festejar o teu regresso
não só à tua cidade, do teu nascimento egresso;
- mas a quem representa o ninho - o teu porto seguro:
os netos, e tua filha - que te ofertam o amor mais puro!...



Com amor,
Fevereiro de 2007




Christina Nunes
Enviado por Christina Nunes em 06/02/2007
Reeditado em 06/02/2007
Código do texto: T371945
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