De São João Del Rey
Com orgulho...



MINEIROS DAS GERAIS



O Mineiro
Ao nascer, nasce mesmo
Garimpeiro, homem ou mulher
Olha primeiro o
que brilha nas pedrinhas
Esparramadas pelo chão imenso
E se não tiver do desejo, sorte
Minera outros veios e filões,
Desvia os olhares
Do solo, acorda
As estrelas e bateia
Amores e Poesias no azul
Céu estrelado...
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São João
Del Rey que diga
Ali tudo que reluz é ouro
E uma profissão mais disputada
E simples... É refazer o calçamento
Das ruas do municipio, o ouro
Ali está de guarda e brota
Após as chuvas...
Esperam
Mãe e crianças
O leite e pão em casa
Salário sempre pequeno
Pode ser reforçado
E pedras soltas,
Barrancas
A tocar...
E as betas
Nos caminhos

São proibidos
A todos...
 
É a lei a ser obedecida...


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Nem a filha heróica, heroína
Barbara
Heliodora escapou
Amou anseios, em Poesias
O minério a encantou
Mineirou o marido,
O Poeta
Inácio José
Alvarenga Peixoto
O degredando à Africa
Com  Tomás A. Gonzaga o Dirceu de Marilia...
Heróis da Libertação do Povo Brasileiro,
E mais, o Alferes,
PAI DA LIBERDADE!
Minério muito mais que precioso...

E assim a fazer Heliodora
O Brasil e o povo estremecer,
Fez juras à Inconfidência
Pesquisou terra e coração
Não seguiu Aleijadinho
Que queria a Arte
E das mineiras
Só tocou
Na pedra sabão...

***

Poetas Del Mundo
CLIP-POETAMIGOS
Walter de Arruda

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Nota: Betas, são buracos nos barrancos das estradas
e nos morros locais, proibidos por posturas municipais.
...
Apontamentos:
Revista Expoente Ano III  nº  24  Novembro de 1954
Artigo:Semana Santa em  São João Del Rey
Autor: Newton de Lima Belem
Net: Wilkpédia:
pt.wikipedia.org/wiki/Inácio_José_de_Alvarenga_Peixoto 

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Um dos belos sonetos de José Inácio A. Peixoto:



EU VI A LINDA JÔNIA

Eu vi a linda Jônia e, namorado
fiz logo eterno voto de querê-la;
mas vi depois a Nise, e é tão bela
que merece igualmente o meu cuidado.

A qual escolherei, se nesse estado
eu não sei distinguir esta daquela?
Se Nise vir, morro por ela,
se Jônia vir aqui, morro abrasado.

Mas, ah! que esta me despreza, amante,
pois sabe que estou preso em outros braços,
e aquela não me quer, por inconstante.

Vem, Cupido, soltar-me desses laços:
ou faze desses dois um só semblante,
ou divide o meu peito em dois pedaços!


Alvarenga Peixoto

Do livro: "Livro dos Sonetos", LP&M Editores, 1996, RS
http://www.blocosonline.com.br/literatura/poesia/pndp/pndp010713.htm


 

Walter de Arruda in memorian
Enviado por Walter de Arruda in memorian em 13/07/2012
Reeditado em 20/07/2012
Código do texto: T3775639
Classificação de conteúdo: seguro
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