Pegadas
A cada passo trazemos a solenidade da tristeza, ou a efemeridade da alegria.
Nossas memórias confundem-se com as pegadas feitas na terra vermelha, nossos ressentimentos com a aridez do inverno.
Devemos observar mais a primavera, as diferentes primaveras de nosso cotidiano, de nossa vida. Devemos ainda desaguar nossos rancores junto à época de chuva.
Frente a nossos pés temos a beleza da construção do amanhã combinado com a explosão de cores do desabrochar das flores.
Em Brasília somos despertos a admirar o outro. Confrontados com a brasilidade do todo, feito por diferentes pegadas do mesmo país.
Em nenhuma outra cidade pegadas se interpõem tanto para determinar a construção do nosso caminho. Em nenhuma outra cidade se congraça a diferença, se congraça a convivência da forma que Brasília compõe.
Vivamos o verão, deixando a solenidade ser apagada pela chuva.
Tornemos nossas pegadas não mais leves, mas mais significativas. Caminhemos juntos, como convida Brasília, para que possamos ter mais pegadas junto a nossas marcas, mais efemeridades em nossa memória.