Musa
(meu primeiro TRIOLÉ)

Musa desses versos meus,
Sou dos teus, muso, também!
Penso sempre em ti, sabe Deus...
Musa desses versos meus,
Estarei nos sonhos teus,
Lá no alto, ou mais além?
Musa desses versos meus
Sou dos teus, muso, também!

Jotabe


Transcrevi, abaixo, o resumo histórico e a teoria do TRIOLÉ, postada aqui no RL,
por RICARDO SÉRGIO PANTANEIRO, no endereço:

http://www.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=373313  

"O TRIOLÉ NÃO É RONDEL OU RONDÓ

1 – Também originário da França (triolet),
ao mesmo tempo que o rondel e o rondó, com os quais é confundido,
tem o triolé sua própria estrutura poética.
2 – Deschamps, poeta francês medieval, julgava-o igual ao rondel,
e assim há quem o considere até hoje.
3 – Caiu em desuso (completo) no século XVI e foi reerguido,
na metade do século XIX, pelos poetas parnasianos.
Dentre os nossos que experimentaram o triolé,
destaca-se um nome ilustre, Machado de Assis.
4 – A estrutura do triolé consta do seguinte:
uma oitava, ou mais, com duas rimas apenas,
de modo que o primeiro verso repete no quarto,
e os dois primeiros fecham a estrofe, como o sétimo e oitavo,
assim: ABaAabAB.
5 – A título de exemplo, o poema de Machado de Assis,
Flor da Mocidade
in Falenas, 1870:

Eu conheço a mais bela flor:
És tu, rosa da mocidade,
Nascida, aberta para o amor.
Eu conheço a mais bela flor:
Tem do céu a serena cor
E o perfume da virgindade.
Eu conheço a mais bela flor:
És tu, rosa da mocidade.

6 - Essa repetição é o marco do triolé, porque ela é como um “grifo”
e a leveza do poema como uma "seta", por isso
que ele é identificado com a poesia epigramática."