A HORA DA PARTIDA
Dói em mim ver-te assim tão frágil
Que já não és o que antes fora
Pernas trêmulas, num corpo desgastado pelo tempo
Na luta por um dia de cada vez
Oh quantas conversas em silêncio tivemos
Minhas tristezas que em ti eu despejava
E nesse monólogo, tu me acompanhavas
Mas hoje, já não consigo fitar os olhos teus como antes fazia
Ao sentir que a hora da tua partida se aproxima
Fujo ao perceber o teu olhar a procura do meu
Talvez você não compreenda o vazio que me habita
Mas o medo de você dizer adeus me deixa aflita
E, ao acariciá-lo, ouço as batidas do teu coração
Que logo dá lugar a descompassados suspiros
Oriundos de uma eterna gratidão
Fato, saber que a hora da tua partida está a chegar
Nesse instante, eu sei, não vou mais me segurar!
Dedicado ao meu cão "Pingo" - Amigo fiel, que está comigo há dezesseis anos e que sei a qualquer momento me deixará.