Opinião ( a você, poeta)

Ponho aqui o meu dedinho

com todo o meu carinho

p'ra dizer o meu pensar

sobre o nosso versejar.

O que importa, na verdade

é que tenhas liberdade

de dizer dos sentimentos

e de todos os teus momentos.

O que importa é provocar

no outro um novo pensar

É atingir o coração

tenhas ou não razão.

É te mostrares diferente

certo ou inconseqüente.

É cantares as alegrias

e os sonhos dos teus dias.

Mas se o teu poeta irmão

quer usar no seu refrão

a graça das sextilhas,

a tonicidade nas redondilhas,

se usa a escansão,

se se preocupa com a elisão,

se se encontra no modernismo

ou se perde no romantismo,

se no barroco ele se inspira

ou usa linguagem caipira,

se sua rima é rica

ou entre as pobres ela fica,

o que importa é que não emudeças

e que no respeito transpareças.

Sem crítica ou preconceito

cada um tem o seu jeito

e só temos o direito

de gostar ou não gostar.

Portanto, meu amigo

presta atenção no que digo:

Escreve da forma que quiseres

mostra tudo o que souberes

pois muitos te lerão

e nem todos aplaudirão.

Se te achas no conservadorismo

ou te inseres no modernismo

o que queremos, realmente,

é que estejas sempre presente.

SP, 19/01/2004

11:07 horas

Cleide Canton
Enviado por Cleide Canton em 10/08/2005
Código do texto: T41661