Le poète est ciseleur
Le ciseleur est poète

Victor Hugo



Os maiores  Amores  Olavo Bilac   e  Amélia de Oliveira


OLAVO  BILAC
 

 
PROFISSÃO DE FÉ

 
 
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(...)
 
Invejo o ourives quando escrevo:
Imito o amor
Com que ele, em ouro, o alto relevo
Faz de uma flor.
 
Imito-o. E, pois, nem de Carrara
A pedra firo:
O alvo cristal, a pedra rara,
O ônix prefiro.
 
Por isso, corre, por servir-me,
Sobre o papel
A pena, como em prata firme
Corre o cinzel.
 
Corre; desenha, enfeita a imagem,
A ideia veste:
Cinge-lhe ao corpo a ampla roupagem
Azul-celeste.
 
Torce, aprimora, alteia, lima
A frase; e, enfim,
No verso de ouro engasta a rima,
Como um rubim.
 
(...)

Olavo Bilac


(...)


*

Walter de Arruda

Sem ver
Com os olhos fechados
Sou também ourives, sou relojoeiro
E quando a pele de meus dedos,

Toca o ouro, macio, puro e quente,
Sinto no coração
O rosto, a cútis, o calor, a seda
Os lábios da Amada
!

Um
Rubi !

Walter de Arruda

Brasil - Associação Internacional de Poetas


*

Quem é atado à Poesia
Não consegue resistir
Eis aqui a Poesia de:


Tony Bahia


ESMERALDA E RUBI 

Do ourives sou filigrana,
O ouro apenas reluz... Do diamante sou luz,
A luz do ouro de tolo. De tolo nada tenho,
Nem a cara de nada, com os versos apanho,
Mas com-versos aprendo.
Seria conquistador, quem sabe?
Dos sete mares,
Dos ventos!
Passar por cima dos tempos...
Feito asas de condor,
De mim
Compaixão não sinto,
Sou a porta dos labirintos,
Que tantos perderam-se em vão
De nada que fiz me arrependo
Só não entendo das coisas que não fiz

Sou esmeralda!

Querendo ter,  a  luz do Rubi!



**


Nota:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Olavo_Bilac
http://clubedapoesia.com.br/V1/mestres/mesolavo.htm
Amélia e Olavo Bilac
Entre tantos escritores, poetas e jornalistas que frequentavam a casa de Alberto deOliveira
em Niterói  na Engenhoca,  
Olavo Bilac
o mais destacado de todos, apaixonou-se
por Amélia de Oliveira
(1868-1945)
 
irmã de Alberto de Oliveira e, também, poetisa.
 
Cortejou-a, chegando a ficar noivo dela. 
 
O romance, porém, por circunstâncias diversas,
inclusive pela objeção de um dos irmãos de Amélia, 

não teve longa duração.
 
Bilac desapareceu da casa de Alberto de Oliveira.
 
Rompido o noivado, houve, da parte da Musa e do Poeta,
uma troca de sonetos, que podem ser lidos em
SUA POESIA, doisno link  abaixo:

http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/rio_de_janeiro/amelia_de_oliveira.html

 
Se os de Amélia, são matizados de suavidade dolente,
ou a clamar as venturas desejadas, 
os de Bilac,
são verdadeira obras-primas e lá estão no seu livro "Tarde".

 
Ambos morreram solteiros, ela sobrevivendo
27 anos ao grande cantor.  

Durante os 27 anos que sobreviveu ao seu Amado, Amélia
todos os dias levava flores  em suas visitas 
ao repouso do corpo de Bilac,
(Cemitério São João Batista - Rio) 


Um dos textos de Amélia, após a interrupção do namoro....

Amélia de Oliveira

SONETO
Não te peço a ventura desejada,
Nem os sonhos que outrora tu me deste,
Nem a santa alegria que puseste
Nessa doce esperança, já passada.

O futuro de amor que prometeste
Não te peço! Minha alma angustiada
Já te não pede, do impossível, nada,
Já te não lembra aquilo que esqueceste!

Nesta mágoa sorvida, ocultamente,
Nesta saudade atroz que me deixaste,
Neste pranto, que choro ainda por ti,

Nada te peço! Nada! Tão-somente
Peço-te agora a paz que me roubaste,
Peço-te agora a vida que perdi!


***

Victor Hugo
Tradução:
O Poeta é o ourives
O  ourives é o Poeta