Bukówski
Bukówski.Eu ouço o seu pai frustrado e violento,
naquele momento do uísque,
No qual ele abria o apetite,
para te espancar na tua adolescência,
Não tendo na vida outra urgência.
Quantas vezes pensou nisso o “Chorão”
Líder talentosíssimo do “Charlie Brown”?
Bukówski.As tuas obras brilhantes,
Ainda incendeiam muitos de nossos instantes,
Velho,pertenço a tua classe social baixa,
Confesso-te que sexo barato não me relaxa,
Prefiro chimarrão e as minhas bombachas,
Mas,não tenho o lirismo da tua vida errante,
Com as tuas ironias e sarcasmos de gigante.
Narrando as inquietudes da sua geração,
O Pão com cebola,da América refrigerada de então,
Sem palavras de ordem,sem bordão,
Além de:”É vã a decência em uma efêmera boa aparência”
Bukówski,estive muitas da vezes contigo,
Nas minhas feéricas sarjetas do delírio!
Fazendo felizes gurias orientais em hotéis baratos,
A minha sobremesa preferida,
O meu mais delicioso prato,
Fazendo-as subir as paredes de costas,
Para gozos também serenos como o voo de uma gaivota
Com o meu galope insensato,
Sussurrando putarias com a minha língua de gato.
Hoje,
Apesar de ainda não ser um cara bem barbeado,
Estou na vida “clean” um pouco mais interessado,
Mas,
À tua rebeldia,à tua iconoclastia,
Sempre reverenciarei com um “Muito Obrigado”.
Barthes