DESLUMBRAMENTO (para Elizeth Cardoso, a divina)

Para Elizeth Cardoso, a divina

Sobe o pano, de repente,

e as luzes do palco se ofuscam,

ante o brilho divinal da estrela.

Ela chega em azul turquesa

deslizando suavemente,

quase levitando,

entoando uma canção

saudade.

Divina, indizivelmente bela,

não sei se anjo azul de ternura

ou pássaro em gorjeio.

Só sei que o feitiço

da encantadora diva

me toca profundo

como sendas de infindáveis

torrentes de paixão.

Na canção melancólica

uma discreta tristeza

de pronto afastada

com a chegada do samba

que brota afinado

de sua doce voz

nos fazendo sentir

emoção diferente

Diante de tanto talento

me apequeno, me curvo.

sou todo emoção, aplaudo.

Brindo à felicidade

de tê-la diante de mim

pela última vez, quem sabe,

quando bruscamente cai o pano

nas cinzas do meu sonho