Ser ou não ser professor? Eis a questão!
Sou mão de obra barata nesta empreitada
Subjugada pelas pesadas correntes da sociedade
E por ela inerente tão somente descartada
Vivo às margens solícitas por credulidade.
O peso do conhecimento que carrego
Amordaçado pelo grito preso na garganta
Às vezes me faço de surdo-mudo e cego
No labor desta mazela que desencanta.
Sonhei libertar da escuridão aqueles meninos
Com letras, cálculos e imaginação.
Sonhei tirá-los daquele caminho
Mas fui forçado a seguir na contramão.
Quando resolvi dar um brado forte
Capaz de romper os muros do conhecimento
Quiseram me amordaçar com um ato violento
NÃO ao pedido de dignidade, e sobrevivi por sorte.
Condenada à morte, foste EDUCAÇÃO!
E à sorte os filhos da ESCURIDÃO!
EU PROFESSOR, ainda caminho na contramão...