Canto à Minha Terra



Minha terra
as tuas veias abertas
produzem o alimento
da minha poesia
que sob o calor
da indignação recusa
o conforto do silêncio

Falo por mim e
pelos silenciados
pela ignorância
da falta do que é
elementar para que
deseje saber o que
é cidadania...

Falo pelas vítimas
da violência do tacão
da bota do poder e
também pelos conformados
com as trinta moedas
do poder e da corrupção...

Falo, porque quem cala
alimenta não só a negação
mas também o ciclo
vergonhoso e imperioso
de impunidade.

Falo porque meu pacto
pela vida e pela dignidade
me faz sangrar
por cada direito negado e
por quem só enxerga a justiça
divina como parceira.

O meu humano direito
de lutar pelo que acredito
de ser quem sou e de
dizer o que sinto
é sagrado!

*Foto adaptada do  http://graciliano.com.br/