Lídian
Meiga, em tudo.
Tinha olhos de maçã mordida
com doçura nunca experimentada.
Pele quase que pálida
querendo passar despercebida.
Por vezes, me olhara singela
sem minha aparente atenção.
O andar era silenciado
e me provocara riso contido.
Riso de quem se impressiona
com mágica.
E deveria ser. Deveria ser.
Não a vi falar, a não ser quando,
de pressa, mirei-a na boca.
Seus modos falavam em timidez,
discrição e reserva.
E eu, por fim, falei-a. Dei-a algo meu.
Algo que tentou e, de mesma hora,
recebeu simpatia.
Dai em diante, inventara eu
que ouvia um pouco de tudo
lá pelos lados que ela sentara.