O Neto e o Tempo

O Neto e o Tempo

Muito cedo colocaram-me na lida;

Quem sabe por cuidados da vida,

Deixei as bolas de gude, de capotão

Para ser “boy” de roupa surrada e sapatão.

Assim perdi a minha infância.

Recobro-a avô do meu neto

Sem saber muito ao certo

Quanto terei dele criança.

O neto é dádiva do tempo;

Combina com vida vivida

Faz esquecer a amargura sofrida

Em novo capítulo que vem a contento.

Não se educa um neto.

Educa-se no seu tempo viver

Sendo avô amigo e dileto,

Que tempo algum o faz esquecer !

Ah, como é bom ser avô !

Sentar-me criança,

Brincar com a esperança

De que ele nunca cresça

A eternizar-se na minha lembrança.

Versos dedicados a minha neta, Maria Eduarda DallaStella

Dimas Soares
Enviado por Dimas Soares em 03/12/2013
Reeditado em 12/03/2021
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