O Neto e o Tempo
O Neto e o Tempo
Muito cedo colocaram-me na lida;
Quem sabe por cuidados da vida,
Deixei as bolas de gude, de capotão
Para ser “boy” de roupa surrada e sapatão.
Assim perdi a minha infância.
Recobro-a avô do meu neto
Sem saber muito ao certo
Quanto terei dele criança.
O neto é dádiva do tempo;
Combina com vida vivida
Faz esquecer a amargura sofrida
Em novo capítulo que vem a contento.
Não se educa um neto.
Educa-se no seu tempo viver
Sendo avô amigo e dileto,
Que tempo algum o faz esquecer !
Ah, como é bom ser avô !
Sentar-me criança,
Brincar com a esperança
De que ele nunca cresça
A eternizar-se na minha lembrança.
Versos dedicados a minha neta, Maria Eduarda DallaStella