Quando Edna fala, eu calo!!!

Quando Edna fala, eu calo.

Eu professor que tenho a pretensão de ensinar.

Propensão a ordenar e mandar.

Autoridade dada pelo estado, por meio de um ato.

Quando Edna fala, eu calo.

Reflito no silêncio o grito de Eduardos, Normas e Flávias.

Na ignorância de pensar que posso ensinar

Ensinar a quem já aprendeu com a vida, com os calos.

Quando Edna fala, eu calo.

A angústia me mata, me maltrata;

Eu professor que apenas professa... Palavras sem trato;

Sem histórias, sem compreender o que Edna fala.

Quando Edna fala, eu calo;

Calo, pois dar aula é fácil, muito fácil

O difícil mesmo é ser Norma, Elaine, Eduardo.

Quando Edna fala, eu calo... Para ouvir a voz;

De homens, mulheres que estudam e trabalham...

Que fazem histórias, de lutas e de batalhas;

De pessoas que são funcionários de escola.

Edergênio Vieira
Enviado por Edergênio Vieira em 02/05/2014
Reeditado em 10/09/2019
Código do texto: T4792014
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