Quase Anjo...

Ela é pequenina, sapeca e gigante.

Tudo ao mesmo tempo.

É enorme, quase do tamanho do mundo.

Porque sua fé lhe faz ser assim.

Carrega no peito sonhos adormecidos.

Deixou-os adormecer com as pelejas da vida.

Mas carrega nos olhos aquele brilho de estar cumprindo sua missão.

Carrega todos no colo, na alma, debaixo das asas.

E também deixa-nos voar de asas bem abertas.

Para que aprendamos a voar sozinhos.

Afinal, sabe que a vida é passageira.

E que somos todos viajantes em busca de aprendizado.

Tem sorriso cativo, alma de dar inveja.

Contudo, tem tanta luz a ofertar...

Que a inveja também acaba sua fã.

Brinca, saltita e sorri feito criança.

Aquela criança grande, amadurecida pelas dificuldades.

Quando criança de verdade, pouco teve coisas a ostentar.

Na verdade, roupa de escola e roupa de missa.

Numa casa de chão batido e lamparina a querosene,

Viu sua infância se transformar em vida adulta, num piscar de olhos.

E a vida adulta, de início, também não foi fácil.

Mas, hoje é tudo lembrança.

Sabe que cada cabelo branco, cada ruga guarda um momento vivido.

É dona de uma paz contagiante.

Aprendeu a adquiri-la aos poucos.

E hoje não a troca por nada, absolutamente.

Menina doce com a alma sempre infanto-juvenil,

Ela é bamba, é samba, ballet e bossa-nova.

A gente ama ouvir a voz, por ela fazer bem aos ouvidos.

Por vezes aconselha, noutras puxa a orelha daquele jeito!

Sem dó em dizer a verdade.

A fim de mostrar a besteira que está sendo feita.

Todavia, não é sempre.

Não é daquela dos bolinhos de chuva, do bolo de cenoura.

Ama virar a madrugada entre alfinetes, agulhas e o som do rádio, baixinho...

Gosta de companhia.

Porém, sua solidão não lhe faz mal algum.

Aprendeu que nem sempre a solidão dói como falam.

É pequena, grande, suave e ácida.

Basta apenas que dosem sua flexibilidade.

Menina, mulher, mãe e esposa.

Vai para o céu sem escala, quando deixar o corpo físico.

Tomara que isso demore uns bocados de milênios.

Seu nome é dos menos conhecidos.

Então, chama-la por mãe se tornou algo doce...

Rendo-me aos seus encantos.

E versejo sua doçura.

Porque essa é uma das maneiras

De dizer aos quatro ventos do mundo

O quão especial é tê-la ao lado, sempre!...

HELOISA ARMANNI
Enviado por HELOISA ARMANNI em 11/05/2014
Código do texto: T4802233
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