O menino podre e seus diabos
Ele fecha a porta , o claro do dia não penetra mais sua alma
O quarto úmido o deixa gelado e com frio, tranca seu sorriso.
13:35 da tarde e seu caderno em branco, jogado na sala
Nos rodapés tem lodo, e no banheiro cacos de vidro
Nenhum pensamento bom ,consegue tira-lo de sua masmorra escura
Parece até que o dia lá fora, trás consigo granadas nas mãos
Com o cabo da vassoura ele segura a porta ,e ninguém o escuta
Ele chora sempre , e respira o ar que vem de fora, pelos vãos.
A noite se escuta as paredes conversarem com ele
Rangem para ele, e choram com ele a madrugada inteira
As paredes não sentem o cheiro da sua pele
Tampouco caçoam de seus dentes podres e sua tremedeira
Permanecem estáticas e impenetráveis , como trancas e cadeados
Nada entra em sua casa a muito tempo
Nem deus e as tantas moscas que o rodeiam, quando estão deitados
O menino podre e seus diabos.