A CHUVA AUSENTE

Os uivos do vento agonizante

Eriça todos os pelos da manhã

A capa do homem esvoaçante

Precipita o peso da hora malsã

Trovões assombrosos tremem o chão

Eles tem as águas atadas na corrente

São as primeiras chuvas pós-inverno

Que desadormece as plantas dormentes

Dos pingos grossos com gume

O homem se esconde pesaroso

Incha e sonha com a vida, a semente

Porém a chuva se nega, não vem, se evade

As nuvens roxas se clareiam, se desfazem

Como se fosse apenas prisão de ventre!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 02/10/2014
Reeditado em 29/05/2016
Código do texto: T4984255
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