Como uma boa colcha de retalhos

Um dia, um certo Tom me ensinou

que são as águas de março

que encerram o verão.

Perdão.

Eu não podia começar esse poema,

sem citar inicialmente,

aquele rei do baião, lá do sertão,

que extraiu leite de pedra,

no tempo da pedra lascada,

amenizando tanto sofrimento,

com o alento da asa branca,

confirmando a teoria

de que o dom não vem da escola,

mas que o bom pode multiplicar-se nas salas de aula.

Creio já ter sido desculpado,

pois é sabido que às vezes

a nossa própria mente nos traem,

mas quem evita o seu próprio crescimento,

estará fadado a ser um dos sete anões,

perpetuado em estorinhas mal contadas.

É importantíssimo ouvir a alma,

manter transparente a aura,

porque quando quatro cidades

foram encobertas por um lago,

o sobrado ficou para os peixes,

lá em sobradinho.

O trem das cores,

numa viagem virtual e impressionante,

quase tão marcante quanto o impressionismo,

com um lirismo em solo nada propício ao lírio,

mas é exatamente aquilo que já falamos:

"que o bom pode multiplicar-se nas salas de aula".

Planeta água. Quem disse que é terra?

Todo mundo teme alguma coisa

e há até quem morra de medo de avião,

muito bom, mas o mundo não é só aqui.

Enigmas se resolvem com raciocínio

e o nosso declínio também,

mas que formação teve o menino

que ontem nos assaltou

e que canções o seu pai escutou?

Para que a vida imite a arte

é necessário estar próximo dela

e da sua essência extrair a influência.

O melhor agasalho é o que tem o alho,

mas reparem como ele é fininho.

A tudo aquilo que aprendemos ouvindo.

rodriguescapixaba e Danilo assunção Gois Rodrigues
Enviado por rodriguescapixaba em 29/11/2014
Código do texto: T5052720
Classificação de conteúdo: seguro