Nos Veleiros da Essência




me embalo enquanto procuro
o fugidio sono,
pois Morfeu me traiu
levou para longe a cítara
com que acalentava o meu desassossego
procuro refúgio nas memórias induzidas
no âmago do mar
onde me era permitido brincar
com as sereias
e Neptuno me acolhia no seu trono
contando estórias vividas no Olimpo
...Tudo se foi com a minha infância
por mim inventada,
não permitida
por quem por dever me criaria
… mas não me queria!
cresci pois à deriva
e nada aprendi
das regras de convivência fingida
fi-las sadias
de pureza construídas.

Agora serena, embalo a minha essência
nos teus veleiros encantados
que cantam baladas aos meus ouvidos
estórias de mundos escondidos
onde a pureza passeia nua sem perigo
e a fraternidade estende candidamente
os braços enfeitados ao amigo.
amaino em paz noite adiante
vagando um mar de magia
um lugar distante…


Ao meu amigo, poeta Rubénio Marcelo, autor do livro "Veleiros da Essência"