Contemplação do Carnaval

Um mar de palcos se espalha pela cidade do Recife,

O Galo da Madrugada faz a guarda na Ponte Duarte Coelho,

As ruas centrais engolidas pelas pessoas, pelos shorts, pelos tênis,

Conquistadas por fantasias, pelos blocos, pelas bandinhas de frevo,

As marchinhas históricas contaminam as pessoas de bem e de mal,

Fazendo-as perder o juízo, fazendo-as dançar, fazendo-as beijar,

E eu, poeta, sou quase atropelado pela multidão da folia de Momo,

Atropelado por essa alegria que dura somente quatro dias,

E que termina na quarta-feira de cinzas, expulsando o povo,

Mas, ainda assim, deixando alguns no velho Bacalhau do Batata.

Fábio Pacheco
Enviado por Fábio Pacheco em 15/02/2015
Reeditado em 15/02/2015
Código do texto: T5137682
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.