Os Poetas
Os poetas são ventos arredios
Que só os vendavais entendem
São águas profundas
Luzindo como faróis
São noites a dentro... madrugadas
São espelhos da fronte de todos nós
São flores em botão
E espinhos que sulcam a alma
Mas tão serenamente... que não causam dor
São velas em alto mar
Transbordando lágrimas em nossos olhos
São como pássaros tocados
Com canto que invocam todas as nossas emoções
São donos do nexo e do desconexo
Brincando com o absoluto
Neve branquinha
Que aquece os nossos ossos
Bichinhos mansinhos...
Que despertam nossa feroz natureza
Homens e mulheres sem véus
Nos desnudando e transformando tudo em beleza.