A misteriosa atração!
HP
Escrevo-te de uma realidade generosa
porque a linguagem é menos frágil quando há distância.
O pigmento de alguma cor e a substância da chuva
acariciam a solitude que conduz nossos passos
em busca de criação.
Daqui, ouço o silêncio de tua voz melodiosa, sucinta.
O átomo é invisível e flui livremente entre nós.
Devemos transcender ao concreto e barulho
que agridem o tempero do espaço.
Onde me habitas?
No minimalismo rico de uma pedra concreta?
Na simetria bela da asa de uma borboleta?
Ou na afinidade sacra entre o ouro e a prata?
O ar nos deserta, mas a terra nos condena à imortalidade.
O infinito caminha perdido em torno dos mundos,
oferecendo flores, abraçando almas, desfrutando danças,
mas sem a paixão dos homens.
Estou fatal! Só a solidão nos recria
e a misteriosa atração por ti, me evidencia.