ANGELINA

ANGELINA

Nas mãos a foto amarelada

Na cabeça lembranças guardadas

Vindo de seu meio

Bebi em seu seio

Dormi em seu regaço

Recebi seu abraço

Olhou-me engatinhar

Apoiou meu primeiro passo

Não me deixando tombar

Deu-me a mão para me ensinar

A caminhar

Pegou-a para me guiar na escrita

E evitar a desdita de não me educar

Puxou-me as orelhas

Deixou-as vermelhas

Na bunda palmadas

Para entender a dura jornada

Os beijos sempre foram fartos

No parto, no pós parto

Nas casas, nas ruas, nos quartos

E as conversas conselhos

Senta aqui fedelho

E um dia disse

Vai que a vida agora é tua

Saia da mesmice

Não tenha medo da rua

E eu fui lidar com a lida

Ganhar a vida

E ganhei

Mas só eu sei

O quanto a amo e amei

E o quanto a saudade é rotina

Da minha mãe, Angelina

Deixo aqui, com muito carinho,

um abraço a todas as mães.

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 09/05/2015
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