LÁGRIMAS NO AGRESTE
Choram as flores do agreste,
Sobre o solo rachado jaz o corpo consumido.
Talvez Deus esteja precisando de mais anjos,
Talvez o mundo não compreenda seu próprio destino.
Rolam lágrimas no leito seco de um rio,
O coração vazio não acusa ritmo.
Jesus entrega dois braços a mais
A serem atados na cruz de madeira seca.
Nuvens assentadas no teto celestial
Não se movimentam
Sequer com o vento
Que chega depois do sol.
O tempo determinou um fim
Que não diz respeito a mim,
Que não vai mudar a vida de ninguém,
A desconhecida sem vida
Não deixou lápide escrita.
"Homenagem à minha cunhada Lu Andrade, esposa de meu falecido irmão Antenor, que veio a óbito esta noite"