Mais Alguém?

Fiz versos no tapete desta sala,

Escrevi na parede algumas linhas.

Elas ficaram tortas, sianinhas,

Mas ainda escrevi do que me abala.

As estrofes no chão do corredor,

Empurrei para escada no final.

E bateram na quina do degrau,

E morreram sem ser trovas de amor.

Mas embaixo da cama encontrei sim,

Versos meus esquecidos sem porquê.

E eram além do que meu verbo crê,

Era a morte da velha, era seu fim.

E enforquei o pianista, xeque mate!

E agora me diz, quem mais quer que eu mate?

Para a talentosa Mauren Guedes Müller