CARTA A MINHA MÃE!

Mãe, eu nunca consegui amá-la como você me amou!

Não que eu tenha sido ingrato, que eu não a tenha amado de fato, é que amor como o seu, Deus nunca me deu!

Por isso Mom neste dia das mães, conceda-me uma tardia retratação.

Pois se nunca foi capaz de demonstrar meu coração, o amor que sentia e que deveras ainda sinto.

Permita-me então que em meio a este sentimento de amar que é labirinto,

Este sentimento tão difícil de externar, quando estamos desatentos.

Ainda mais que já não posso, este amor de um modo físico lhe revelar,

Que encontre aqui as palavras corretas, para colocar nelas a verdadeira comoção, que sente meu coração toda vez que em ti começo a pensar!

Para falar de ti, eu me preparei. Eu pensei em usar o sol, as estrelas, a lua majestosa, o universo, a natureza poderosa, o poder de Deus ou tudo que o poeta já escreveu e que os filhos que amam suas mães, pelo mundo, repetem sem cessar!

Mas, eu sei que não seria eu...!

Meu amor é diferente, é um amor indigente, sem rosto, carente, tomado de dores, um amor desesperado, sem esperanças nem chão,

Que não combina com flores, não combina com nada,

Que vem dos campos amargos, trazido no vento dos anseios e da compunção.

Talvez mãe, só mesmo as lágrimas que eu tenho derramado,

Toda vez que me recordo de ti e que mais amor poderia ter lhe dado, talvez elas possam lhe dizer do meu real amor!

Porque para falar dele, sinto que palavras ainda não foram inventadas,

Imagens não foram criadas, nem as estações teriam suas cores.

Mesmo que só em em sonhos, eu pudesse esperar, que chegassem ao seu ouvido,que o amor descomedido, que ora rasga meu peito e que agora lhe confesso, é o mesmo que sempre tive, mas que escondi por razões tolas ou falta de jeito e que eu nunca lhe confirmei.

Eu sei que pode ser tarde e que os tempos mudaram a face da nossa rua e que nem mesmo a lua que brilhava sobre nós ainda é a mesma.

Mas quero lhe afirmar que tanto a evocação como estas palavras são verdadeiras como tudo que aqui lhe disse, veio da minha alma pura e altaneira e me foi ditado pelo meu coração.

Porém mãe, como teu filho sei, tenho que saber, que não importa onde quer que você esteja, que através do seu amor maior por mim, você me lê, me ouve e me beija e por certo me dá o seu perdão.

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 08/05/2016
Reeditado em 08/05/2016
Código do texto: T5629610
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.