Sobre os poetas

O poeta escreve o que sente. Seus pensamentos fluem fáceis e livres. Parece estar em êxtase ou sublimação. Vê o que ninguém enxerga, observa com mais docilidade. Cria e recria formas e fatos. Leva o perfume das flores, o orvalho da manhã, o burburinho do rio, o canto do pássaro. Descreve com minúcias a beleza da mulher, nos homens o destaque da masculinidade. Fala da saudade, da dor, da culpa, da tristeza. Desperta sorrisos e causa conforto. Entra em nossa mente quando somos nós que mergulhamos neste mar de encantamento e luz. Descreve paisagens, fala dos silvos, da natureza, descerra a cortina da imaginação. É capaz de acalmar, de fazer vibrar, despertar sentimentos, fazer a lágrima secar, consolar com letras poucas e significativas. Vai até mundos desconhecidos e viaja por galáxias distantes sem sair do chão. Esta sempre inovando com suas loucuras ou suas doçuras. Pode ser cômico, trágico, dramático, romântico, surreal, triste. É um artista no teatro das letras, é capaz de interpretar vários papéis ao mesmo tempo. Está sempre um passo a frente dos mais lúcidos e inteligentes que existem. Usa a letra pra construir, distribui bondade, dá gotas terapêuticas de amor e de paz. É um ser imperfeito assumido. Ao elaborar seus escritos quer a perfeição, quem o lê merece o melhor. Seu carinho e sua energia nos abraçam. Transpira perfumes jamais sentidos aqui nesta Terra. No cais dos acontecimentos zarpa para aventuras das quais nós participamos. São alienígenas nos visitando, deve ser isto. O poeta é luz em nossas trevas morais.