O TEMPO, O HOMEM E A MULHER
O TEMPO, O HOMEM E A MULHER
O primeiro,
Cioso de sua supremacia,
Buscou e busca,
A harmonia dos dois outros,
Sem levar em conta,
O desespero que os envolve.
Concede chances,
Mas, não pára no porto,
Não apita na curva,
Nem espera ninguém.
Não retroage e,
Considera o presente,
Apenas parte de um futuro próximo.
Não se aventura
Em descortinar o futuro.
Mantém-se impávido e soberano,
Na espera calma,
Do que possa acontecer.
E vai...
O segundo,
Forte, potente e impulsivo,
Debita o acaso,
Por quase tudo que não dá certo.
Credita a si,
O seu sucesso,
Pela certeza que acha ter de seu domínio.
Como do débito e do crédito,
Nada lhe sobra,
Senão a morte,
Busca um terceiro
(sua parceira),
Para dividir a culpa,
Que não admite ter.
A terceira,
Passiva por muito tempo,
Contemplou como deusa,
Às vezes, como escrava,
O embate entre o senhor,
O tempo,
E o pretenso forte,
O homem.
A terceira força,
Conversa com Deus,
Antes de parir,
Para continuar povoando a terra e,
Quem sabe,
Logo provar,
Que a disputa entre os dois maestros,
Pode ser arbitrada,
Por quem,
Entre os três,
Sabe tocar a vida com amor e doçura – a mulher.
Rui Azevedo – 02.08.2007