Grito aos ouvidos do vento
Meu povo tranquilo
Da caça vivia
A fauna e a flora
E a beleza do dia
Tudo isso pra nós
A mãe forte tecia
O céu e o oceano
Do mais belo canto
Sois linda morena
No povo que é Bantu
Na força do negro
Beleza e encanto
Ao longe se avista
Em cima do mar
São coisas estranhas
Não sei explicar
E vem com pessoas
Diferentes de cá
Comércio diziam
Mas não é bem assim
Tomaram espaço
Roubaram o Marfim
Levaram meus pais
Pra longe de mim
Também meus irmãos
Surraram sem pena
Escravos de brancos
Eu vi toda a cena
Mãe forte que chora
Sentindo a pena
E não é desse jeito
Que acaba a história
O meu povo lutou
Pra alcançar a glória
Muitos deles morreram
Para termos vitória
Na atualidade
Que se faz presente
Em setenta e cinco
Ganhamos pra gente
A independência
Pro povo contente
Que tem a fartura
Que a mãe forte dá
A música afro
Pra gente dançar
Com a Marrabenta
Eu quero bailar
Em textos bonitos
Os meus olhos lerão
Mia Couto, Ungulani
Chiziane é paixão
Tem José Craveirinha
De pura Emoção.
Esse é Moçambique
Que aqui apresento
Com carinho escrevo
Meu pouco talento
Este é o meu grito
Aos ouvidos do vento.