Eu sempre corro

Corro, corro, eu careço correr. Lanço-me neste chão, minha armadura aos meus pés. Neste chão, nessa terra. Crio-me nas esquinas deste desconhecido. Vôo de mãos dadas com a minha solidão. Guio meus pés, meu corpo. Levo minhas angústias, trago meus medos, escondo minhas tristezas. Corro, corro, eu careço correr. Da terra, da mata, do nada. E os seus meus, e nos seus breus lanço, corro, vou... Vôo. Vôo alto, sem direção acertada ao meu lar, ao abismo nas estrelas. Eu corro, corro, eu sempre corro.