Auro e o guerreiro apache
Não só por pilotar uma moto, em si,
mas sim, pela sensação de liberdade,
assim como um guerreiro apache,
pelas pradarias, um dia, como a gente via,
nos filmes que reviviam o velho oeste,
com sua pele vermelha, cabelos esvoaçantes,
cabelos que o nosso personagem,
neste caso, não tem.
Um espírito livre,
é assim que eu sempre o vi,
muito mais focado em ser feliz,
se bem que isso é o que todo mundo quer,
inclusive encontrando na mulher,
uma parceira, uma guerreira,
mesmo que não seja da mesma tribo,
mas que não seja adepta a estribos,
aquele incômodo freio na boca,
que os cavalos na tela não tinham.
E que nem celas tinham, também.
Não é simplesmente pilotar uma moto,
é sentir o vento na cara,
mesmo que essa aventura seja cara,
a emoção compensa
e quanto as recompensas,
é só reparar naqueles dois passarinhos:
um na gaiola
e o outro na goiabeira no quintal.
O normal e o anormal,
é só uma questão de como se enxergar o óbvio.
Aprendemos a assobiar com os pássaros
e daí a necessidade de voar também.
Te invejo, meu irmão,
mas é daquela inveja que não atinge,
como quem ama e não finge,
pois entre fingir e fugir, justifica a razão,
pela qual foram criadas as estradas,
madrugadas e o violão,
um potro, um alazão e uma moto.
E não é simplesmente por pilotá-la.
E não basta ter um alazão veloz.
Um violão, de madrugada, sem uma musa?
Confusa esta sensação,
mas é bem pior não ter nenhuma.
A liberdade é um sonho em comum,
os ventos também são comuns,
já as pradarias geram incertezas
e pelo sim, pelo não,
monte a sua moto e seja você.
Também pode ser um alazão,
desde que a razão não mude
e sempre signifique VIVER.