No recôncavo do coração

Temos uma amiga com o seu nome, Dinorah

e aparentemente é também doce assim como você.

Mãe por nove vezes,

mas que, com tanto espaço em seu coração,

não se contentou e arrumou mais uma

e creio que não caiba aqui a palavra adotiva,

pois é a vida quem adota a todos,

em nome de Deus e sob as bênçãos Dele.

Pra falar de você, mãe Dinorah,

é preciso voltar algumas estações,

isso no meu caso,

que tenho uma forte influência dos trens,

por ter nascido e sido criado no vale do rio doce,

mas, em se tratando de você,

sugiro voltar de canoa ou numa catraia,

para reviver, quem sabe, aquela infância na lama,

mas não era uma lama suja,

era lama de mangue,

nos sobe e desce das marés,

quando quem sabe, nem havia o porto,

de onde os meninos e meninas hoje saltam,

mas faltam ali, vários adultos,

que um dia cresceram e envelheceram,

porque a vida, é um eterno renovar.

Nove vezes mãe

e somando mais uma, são dez

e esse dez não tem nada a ver com descaso

e nem é o caso de estarmos no mês das mães.

É que, para pessoas especiais,

comemoramos todos os dias

e já pude observar, como um mero vizinho,

que você nunca está sozinha.

Está sempre cercada de muito carinho,

assim como Saubara, no recôncavo,

também é cercada pelo mar

e quando você, Dinorah, resolver descansar,

peça a Deus por nós,

já que você tem bastante crédito,

por essa incrível vocação em ser mãe

e criar,

porque foi exatamente para isso,

que o CRIADOR criou você.

Mas, se por acaso, qualquer um de nós for antes,

também pediremos por você

e esse não é um poema de despedida.

É um poema de reconhecimento de vida,

assim como os trens,

naquele eterno vai e vem.

Uma super mãe, vários netos

e nenhum complexo,

porque a vida era bem mais simples

e essas deturpações, são questões de agora.

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A minha bela anciã, Dinorah Costa Alves,

mais uma irmã, que um dia abriu suas portas para nós,

em sua casa, em Saubara e esse gesto me marcou.

Anciã, somente porque nasceu antes

e isso é irrelevante.

Ser humano é muito mais marcante

e quem dera, um dia, também ser chamado de ancião.

A vida, o tempo e o vento,

não somos nós quem controlamos

e nem sequer nos guiamos.

Quem nos guia é Ele

e o leme é a nossa fé.

rodriguescapixaba
Enviado por rodriguescapixaba em 08/05/2018
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