O patinho feio

Bruno, aqui sem sobrenome,

cresceu e já é homem.

Mas como foi complicado

o amadurecimento desse menino.

O patinho, de fato, não era feio.

Ele apenas era diferente

dos demais membros do bando.

Não era um pato, mas ninguém sabia.

Era um filhote de ganso ou de cisne,

não me lembro bem.

Preciso reler a fábula,

mas como é fabulosa,

essa sensação de superação.

Quem está onde não deveria,

é chamado de clandestino

e menino criado sem amor,

de ambos os lados, em família

ou sem o amor de pai e de mãe,

se enterrado for,

pode até nos causar dor,

mas será em cova de indigente.

O menino não era um pato,

mas seria,

se assim fosse preciso.

Não sei se era um ganso,

diferentes apenas na forma e no tamanho,

assim como o tamanho da nossa capacidade,

de não aceitar as diferenças.

Os cisnes são lindos, quase surreais

e não nadam em qualquer lago.

Para eles são construídos,

lagos especiais e superficiais.

Estamos falando sobre um patinho,

mas, porém,

se aqui falássemos de um cachorrinho,

ele seria um vira-lata

e o cão vira-lata não é aquele que não tem raça

e sim, o que mistura todas as raças

e é exatamente por isso que é mais forte

e bem mais resistente.

Aquele que não fica doente

e que não vai a pet shopping

e que no ranking,

são considerados os mais felizes.

O Bruno, aqui só com o nome,

será sempre um bom homem,

desde que aceitemos as diferenças

e compreendamos que o verdadeiro guerreiro,

é aquele que não tem muitas oportunidades,

mas que está sempre atento,

às chances que o tempo e o vento,

lhe proporcionarem.

Saber amar,

quando não se é muito amado,

meu amigo, sem o sobrenome aqui citado,

talvez seja de fato, o nosso maior legado.

Você sentiu muita dor,

mas é por isso que a vida,

inventou o doutor -ou médico,

mas o melhor deles,

sempre será aquele,

que também já sentiu algum tipo de dor.

rodriguescapixaba
Enviado por rodriguescapixaba em 17/05/2018
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