VICISSITUDES

As armas de minha poesia

estão na natureza do tempo

presente que é Òbá.

Com seu ofá e sua adaga

Construo versos de guerra

com o prenúncio

de minha chegada

ao mundo.

Afirmo meu direito a Literatura

e tomo de assalto

toda a identidade que

a branquitude me tirou.

Ergo a cabeço e sigo na direção

Contrária do que foi posto pra mim

Quando necessário

Utilizo o escudo de mãe

Para proteger-me das nervuras

Falaciosas impressas nos papeis

da história.

O meu muro é sólido como rocha

Nele se constitui uma poesia

Feita de coriscos

Onde controlo a quentura do fogo

e a refrescância das águas.

Quem diz que as nossas escritas

não rompem com as certezas

brancas

não sabe a força que há quando

Os rios vão de encontro ao mar

quebrando as correntes e

formando elos poéticos das criações

do corpo de uma Omo Orixá

Um vocativo de palavras negras..

Benção mãe!

Jacqueline ObA
Enviado por Jacqueline ObA em 09/10/2018
Código do texto: T6472062
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