Teorias sobre o que nos parece invisível

Uma menininha. Pequenininha.

Miúda.

Mas todas as crianças nascem miudinhas

e isso nunca foi um fator determinante.

Reparem só na estatura do estrategista militar, Alexandre, o Grande.

Impressionante como essas questões,

ainda conseguem nos impressionar,

com perdão pelo trocadilho,

mas onde é que fica o tamanho do nosso coração?

Um dos mais importantes órgãos,

só perdendo para o cérebro,

quando este é utilizado.

Disso a menininha sabe e já está decorado.

Temperamental e muito decidida,

Assim como prega a teoria do zodíaco.

Anjos-da-guarda, a nossa salvaguarda,

é uma das teorias catolicistas.

Os santos também assim o são,

numa outra teoria, numa outra versão,

de uma outra religião,

esta tida e aceita sob o rótulo

de sincretismo, para assim poder existir

e não respeitada, ainda, sob uma outra teoria.

Espíritos, carmas, almas penadas.

Sei lá!

Só sei que o que eu sei,

é que todas as crenças têm que ser toleradas.

E isso, ainda, no campo da teoria.

Descrever esta menininha,

a quem tento homenagear,

não é tarefa muito fácil,

até pelos sentimentos que nos unem,

desde o rompimento do elo umbilical,

dela com a nossa mãe, lá no passado,

sem compara-la a uma florzinha,

até porque ela não é nada disso,

a menos que seja uma flor,

lá no alto do antigo pé de carvalho,

a primeira a absorver o orvalho,

o que a ajuda a ter um coração tão puro.

Sua casa ainda tem muros,

mas não terá mais terraço,

que será transformado num forte abraço,

numa solidariedade que chega a causar saudades

e inveja,

mas como daquelas invejas boas,

que não chegam a ferir.

Essa menina tem mais força do que sabe que tem

e que sempre teve, mas também não sabe disso.

Ela tem um certo feitiço,

mas jamais será queimada numa fogueira.

Os tempos são outros,

de mais tolerância e paciência com os mais tolos,

porque a tolice não significa burrice

e até pode ter sido por falta de oportunidade de aprenderem

ou de terem quem lhes ensinasse,

porque dar a mão, meu irmão,

é o mínimo que se pode fazer.

Sou seu fã, menininha

e é até difícil explicar o porquê.

Sou seu fã e pronto.

O Tonto nunca questionou ao seu companheiro Zorro,

sobre o quê e porquê o faziam,

o que estavam fazendo,

lá pelas pradarias, nos filmes do velho oeste,

que assistíamos,

eu, com você no colo,

no antigo aparelho em preto e branco,

o primeiro que tivemos, graças a Deus,

porque nossa mãe tinha mais o que fazer.

Nossos filhos também não nascem já feitos

e isso nos exige demais,

mas que graça teria,

se também essa teoria da criação,

não fosse válida e não nos afetasse?

Melhor seria continuar com as bonecas

E carrinhos,

inicialmente de caixotes ou de panos,

que não têm planos, projetos

e afetos que ficam somente nos nossos imaginários.

Melhor é como é, menininha,

exatamente ao contrário,

como no movimento anti-horário dos ponteiros

ou como o golpe certeiro da serpente,

contra quem ameace as suas crias.

Todo mundo já foi criança

e assim também nasceram as saudades

e talvez seja por isso que eu sou seu fã:

pela capacidade que você tem de entender,

tudo isso que estou tentando dizer.

Se não conseguir,

Tenho certeza de que você vai pelo menos tentar.

É do seu feitio não se deixar abater

e nem nunca abandonar,

NADA e nem NINGUÉM.

Também te amo muito, além de ser seu fã,

minha querida irmã.

Para todo o sempre, a menininha do meu coração,

fora da questão pai.

Pai Nosso que estais no céu...

Pai de todas as cores, crenças, sabores e diversidades.

rodriguescapixaba e ManaLani
Enviado por rodriguescapixaba em 06/01/2019
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