*A LUZ APAGOU- BRUMADINHO

Oitenta e um olhares sem vê a luz
Ao nascer o dia que a natureza oferta
Sem apreciar a beleza que conduz
A vida, o despertar, a labuta em festa

A dor dos familiares não tem preço
A bênção do filho ao retorno do pai
O abraço da esposa espera em apreço
Foi-se na lama, na sina e nunca sai

Da mente, dos brasileiros, estarrecidos
Acompanham a dor em cada olhar
As saudades guardadas e embevecidas
Relembram o coração a cada pensar

Cento e noventa e dois resgates até aqui
Desnorteia e esperança dos parentes
Duzentos e setenta e um desaparecidos ali
Ao olhar atento dos bombeiros persistentes

E os trabalhadores sustentáculo da nação
No almoço com sorriso farto entre amigos
De surpresa a lama encobre-lhes o sorriso
O tempo não permitiu o gemido, nem avisos

A luta é árdua o mundo atento acompanha
Lamenta o peso na dor em cada emoção
Que trágico a médica que salva vidas
Fenece sua vida na lama, quanta traição

Do destino? Do homem que descuidou?
Ou sina, não sei, que a natureza indefesa
Obedece ao ritmo de quem a projetou
E sucumbiu na lama seres sem defesa

Que Deus conceda a cada, pai, mãe, filho...
O consolo pela grande fatalidade eminente
Sustentáculo na oração e siga o trilho
Que a vida oferece com a força iminente.

Deus os proteja – 28/01/2019





Sonia Nogueira
Enviado por Sonia Nogueira em 29/01/2019
Reeditado em 29/01/2019
Código do texto: T6562271
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