Brasil menino
Meu Brasil é tão diferente
ainda é menino, inocente
que brinca em seu quintal
Frequenta uma boa escola
e sem aquário e sem gaiola
desconhece o que é mal
Nunca soube de atiradeira
são outras as brincadeiras
sobe árvores, pula muros
Vai longe em sua bicicleta
o menino é mesmo atleta
e o pódio é o bom futuro
Sua língua é toda guarani
beija-flor também é colibri
tem ainda o que é cultural
Mantém o bumba-meu-boi
Também seu baião de dois
e a boa poesia no sarau
Tem frevo na cor de Olinda
o Escurinho é ciranda linda
a poesia de cordel no varal
Respeito ao que é diferente
motivo bom p'ra boa gente
saber pular o seu carnaval
Tem a bela lira na toada
com versos para amada
pois o amor é tão normal
Há todo abraço amigável
o carinho sempre afável
e boas notícias no jornal
Há a loucura do saudável
vizinhança calma, estável
e sinceridade verdadeira
Tudo é mata, sem cidade
Tudo é tribo, humanidade
O chão é de serapilheira
O sol não queima tanto
Tem a voz, muito canto
O respeito pelo artista
Quem compõe tem valor
Há palmas para o autor
Plateia a perder de vista...
Há o gosto pela literatura
Boa paisagem na pintura
Há a fé sem desavença
Há o Boldrim, Luiz Vieira
Elomar, o Renato Teixeira
Oswaldo e Alceu Valença
Meu Brasil é tão diferente
ainda é menino decente
poeta, amigo e violeiro
O real é mais que o sonho
nele há esse Mestre Tonho
tocando o seu cancioneiro
13-06-2019
23h59min
Para meu bom amigo, poeta e violeiro
Antônio Coelho