Tanto chão, quanto céu

Estou a procura

de chão

ou de asas

que me elevem

daqui

Qualquer coisa

(não que substitua)

mas que tenha charme de lua

mais coração

Atitudes que sirvam

de jeito colibri

e que caibam

em alguma canção

Aqui está muito sem graça

não vejo tanto

as crianças da praça

e melhor dizendo

nada estou vendo

como antes

O mundo adiante

se apresenta

fogo indomado

que não alenta

Um seco, queimado

sem verde...

prego em parede sem cor

Lodo ignorante

o que mediante

o obscuro

é página sem teor

Bloqueio de futuro

escuro nunca aceso

peso sem medida

vida fugindo da vida

vida sem sentido

ouvido sem som

o sem com vazio

mais profundo

tempo em desvio

do próximo segundo

Anda me faltando algo

preciosa presença...

A cabeça pensa

o coração se modela

mais não há ciência

nenhuma janela

falta fórmula e paisagem

me falta coragem

até a vontade

de achar outro chão

de inflar novas asas

Quero o antigo

no modo amigo

que havia em casa

que havia tão perto

A mãe carinhosa

A gostosa brasa

O aconchego

sempre tão certo

30-06-2019

05h01min

Para a minha eterna, Mallu Mattos... grande artesã, amiga e querida mãe.

Saudades já presentes....

Murillo diMattos
Enviado por Murillo diMattos em 04/07/2019
Reeditado em 04/07/2019
Código do texto: T6688139
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