Mulher de Quarenta
Ela não mais inventa
Nem tenta, cansa
Já conhece o homem criança
Lamenta a tardia infância
Ela não mais se ilude
Nem divide a dança
Persiste sem lembrança
Aumenta a esperança à miúde
Ela não se confunde
Contenta, passa
A ideia ultrapassa
A cabeça perpassa
Na massa encefálica, raça
Vinho na taça
Graça
Não mais se rende à ameaça
Ela nem mais intenta
Não perde seu tempo, em pé
Se senta
Ela sabe esperar quando vier
Ela sabe enfrentar a tormenta
Ela é sábia e sempre se orienta
Enfim ela é mulher de quarenta.