'Pai'

Roma, 08/06/2020

Minha fé

jamais havia sido

assim testada

Dizer um até logo

tão doído,

inesperado,

a distância,

sem poder querer,

que esse logo

chegue rápido

Entendo,

o quanto ainda

sou pobre de amor

e infantil em liberdade,

quando as lágrimas,

de saudade e de apego,

escorrem em meu rosto,

sentindo falta

de quem já meu deu tanto

e precisava continuar

a sua jornada

Como na foto,

meu poeta imortal,

perfeito

em todas suas dores,

imperfeições,

e fases,

sempre nos mostrou

o caminho da honestidade

Tolerância,

humildade,

carinho,

atenção,

sensibilidade,

amor e doação,

era para onde

esse dedo apontava

E mesmo desviando o olhar,

eu segui e sigo

por essa estrada

Buscar conhecimento

as vezes me devora,

assim como o devorava,

porque em tudo que aprendo,

e acredito,

está escrito,

que devo deixa-lo em paz,

e seguir minha estrada sereno,

até a próxima comum jornada

Não posso negar

que dói,

maltrata,

deixa-lo em paz,

lutar contra as lágrimas

de saudade dos bom dias,

'tudo bem Nandinho',

'tudo bem meu filho',

'bom dia Nando,'

que dia sim,

dia sim,

depois do 'hualaa',

ele me dava

Mas uma coisa me da forças,

me faz melhor,

segura minhas lágrimas

Se já não tinha medo da morte,

nem se quer nela acreditava,

hoje a chamo de sorte,

pois meu parceiro mais íntimo,

seguiu para um rumo melhor,

e eu continuo aqui,

abençoado,

por tanto que tenho e tive,

e por sentir e saber,

tenho quem me ame

e a quem amar,

de cá,

e de lá

Eu que

ainda sou tão pobre em amor,

fui e sou tão rico de pais

Vou seguir sua trilha

Nos encontraremos,

em paz.

o sarto
Enviado por o sarto em 08/06/2020
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