Em Um Luar

Em minhas andanças, te procurei sem saber

Caminhadas sobre pedras molhadas, meu viver

Pedi aos céus um sopro, pois estava cansado do sofrer

Meu bem, foi quando se apresentou, me entreguei

Criei, logo que em casa cheguei, um texto, que amei

A chuva batia em minha janela, como forma de convite

Estava, quem sabe, se oferecendo para refrescar meus pensamentos?

Não sei, meu bem, confesso que não sei.

Senti um conforto quando a vi pela primeira vez

Parecia até premeditado, como se outrora, eu fora teu freguês

Deixei-a naquele simples, e agradável banco de madeira,

E segui com minhas andanças, inspirado como nunca antes

Lá, bem do alto, a lua me observava, todo saltitante, pensando bobeiras

Indagando ao ar se tu me amarias do jeito que sou, tão imperfeito

Quando abri minha porta, velhinha que só, escrevi um texto, quando estava só.

Passei a noite toda orquestrando o sonho

Quando enfim fechei meus olhos, me senti refugiado em asas de um anjo

Aconchegante, meu bem, imaginei que fosse o teu abraço

Mas, como poderia? Nunca o sentira antes, que estranho

Talvez, lá no fundo, meu coração ressoava teu nome

Curioso, mas, escrevi um texto dizendo que a amo.

Sortudo seria se, em minhas andanças, nos esbarrássemos de novo

Bem que poderia escutar um anjo me chamando de moço

E todo bobo, eu sussurrasse à distância, tesouro

Queria retornar ao meu porto, e dedicar a ti, versos soltos.