Retiro Em Puro Amor

Confesso, amor, que deixei de escrever com afinco

Não significa que não possuo mais motivo, ainda me inspiro

Mas, agora que estou passando cada vez mais tempo contigo,

Escrever se tornou quase um capricho, que tão pouco invisto

Não como antes, claro, mas deixo a caneta descansar um pouco

Várias já fizeram as malas para o asilo, nunca ao exílio

Esta que agora me auxilia, coitadinha, está cansadinha

Resistindo bravamente, mas, já está abatida, quase sem tinta

Porém, ainda consegue talhar mais algumas rimas.

Andorinha, mais um ano que se vai

Um ano de provações, desolações sem iguais

Mas, como em um mundo despedaçado,

Te encontrei em meio aos escombros, enfim estou realizado

Tantos abraços, choro, lágrimas e rostos molhados

Mas, resistimos, e agora espero a hora do nosso querido encontro

Ah, que vontade de gritar seu nome junto a "eu te amo"

Seria uma vitória, conquista de um pobre ser humano.

Poucas são as páginas que escrevo, pouquíssimas folhas

O caderno já está recheado de falhas e outras

Dedicatórias, romances, depressões e coisas bobas, poucas

Não sei como retribuí-la, andorinha, o bem que trouxe a minha vida

Aceito sugestões, ideias, milhões se preferir

Quero apenas te sentir, vê-la feliz, longe ou perto de mim

Sempre quis, sempre, desde o princípio, ao fim

Espero que um dia compreenda o bem que faz estando aqui

A escuridão que se vai, quando sorri almejando apenas carinhos e beijinhos.