DIÁRIO DE UMA GUERREIRA (reeditado)

DIÁRIO DE UMA GUERREIRA

Para minha esposa Edine (que já passou dos oitenta)

Seis da matina

A noite termina

Já não é mais menina

Mas sempre heroína

Começa a rotina

Que tem como sina.

O pé tateia no chão

Procura a sandália

Guarda toda tralha

Que está no colchão

Dói o pé

Dói o artelho

Dói o pulso

Dói o joelho

Dói a mão.

Mesmo assim parte pra luta

Pra dura labuta

Que é seu viver

Casa pra varrer

Comida pra cozinhar

Uma dor pra esquecer

Muita roupa pra lavar

Anseia a noite chegar

Pra poder descansar

E amanhã recomeçar

Às seis da matina...

“Todo dia ela faz tudo sempre igual...”

Chico Buarque

Jota Garcia
Enviado por Jota Garcia em 07/03/2021
Reeditado em 08/03/2021
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